
Não basta ter tudo o que se sonha,
Não adianta alcançar si bemóis ou fás com sétima sustenido maior, nem dançar piruetas escandalosas de maio ou setembro.
A dor ou a beleza de derrubar alguém é o que alimentará seu ego.
Tudo que padecia em seu estômago, pronto pra virar dejeto humano, volta como um míssil feroz e vacilante, esperando encontrar a cara do sujeito vil.
Tudo o que foi engolido, cada palavra, cada tino, cada pétala mastigada e roída, cada sêmen de discórdia, cada gota de ar engasgada...
Levar isso adiante não foi escolha minha, foi escolha do Carnaval, que me lembrou que cada folião é só mais um pierrot solitário, pulando pela alegria de outro, sonhando os sonhos de outro, alimentando o ego de outro.
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